Política
Caso de dermatologista. Presidente da República diz que é necessário repensar procedimentos
Marcelo Rebelo de Sousa recusou-se a comentar casos concretos, mas voltou a apontar críticas ao Serviço Nacional de Saúde.
O presidente da República defendeu esta terça-feira que devem ser repensados os procedimentos para evitar casos como o do dermatologista que ganhou mais de 700 mil euros em cirurgias adicionais no Hospital de Santa Maria.
“Não quero comentar os casos concretos porque acho que é uma maneira de ver e de construir as políticas de pernas para o ar, começando pelo fim e não pelo começo”, disse aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa.
“Mas, para os casos que vão ocorrendo, há inspeções que são feitas, há conclusões que são tiradas, há consequências que são extraídas. Isso é o que faz sentido”, acrescentou.
Na visão do presidente da República, “agora vale a pena é olhar para o quadro e ver, numa situação que porventura decorreu de uma evolução histórica que já tem anos, em que essas situações se sedimentaram, se consolidaram, se não vale a pena repensá-las em conjunto”.
“O Governo, aparentemente, acha que sim. Vamos ver”, vincou.
“Mas, para os casos que vão ocorrendo, há inspeções que são feitas, há conclusões que são tiradas, há consequências que são extraídas. Isso é o que faz sentido”, acrescentou.
Na visão do presidente da República, “agora vale a pena é olhar para o quadro e ver, numa situação que porventura decorreu de uma evolução histórica que já tem anos, em que essas situações se sedimentaram, se consolidaram, se não vale a pena repensá-las em conjunto”.
“O Governo, aparentemente, acha que sim. Vamos ver”, vincou.
O chefe de Estado referia-se ao caso do médico dermatologista que recebeu mais de 700 mil euros em cirurgias adicionais no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Médico garante que seguiu "boas práticas"
Segundo um relatório da Inspeção-Geral da Saúde conhecido esta terça-feira e que foi já enviado para o Ministério Público, os incentivos foram recebidos de forma indevida, já que as cirurgias não estavam inscritas.
Os dados recolhidos pela IGAS indicam que o dermatologista Miguel Alpalhão emitiu a proposta de cirurgia, aprovou-a e codificou o ato - o que juntamente com a severidade do problema define o preço a faturar - em 193 ocasiões no ano passado: 85 em 2023 e 78 em 2022.
Nas declarações que fez à IGAS, o médico garantiu que a sua codificação "respeitou sempre as boas práticas", que "até esta polémica todos os colegas do serviço procediam da mesma forma e segundo as mesmas instruções" e que "não havia informação do que seria pequena cirurgia versus cirurgia de ambulatório".
O relatório conclui ainda que Miguel Alpalhão marcou as consultas de dermatologia para os seus pais sem que houvesse prévia referenciação, seja pelo centro de saúde ou outra unidade.
Em sua defesa, o médico declarou que a proposta que fez estava de acordo com os procedimentos em vigor, que o agendamento não teve irregularidades processuais e que as consultas foram marcadas como extra, na sua agenda, não tendo retirado a vez a nenhum outro doente.
c/ Lusa